sábado, 24 de dezembro de 2016

Creio em Jesus Cristo, filho único de Deus (I believe in Jesus Christ, the only son of God)


O Verbo de Deus "se fez homem para que nos tornássemos Deus; ele fez-se visível no corpo para que tivéssemos uma ideia do Pai invisível, e ele próprio suportou a violência dos homens para que nós herdássemos a incorruptibilidade". S. Atanásio, Sobre a encarnação do Verbo,  (54, 3).

The Word of God "was made man so that we might be made God; and he manifested himself through a body so that we might receive the idea of the unseen Father; and he endured the insolence of men that we might inherit immortality" (Father Athanasius (4th C), On the Incarnation, 54,3.




terça-feira, 20 de dezembro de 2016

NATAL do SENHOR (Christmas: Christ the Lord)


"O povo que tinha andado nas trevas viu uma grande luz. (...) Multiplicastes a sua alegria. (...) Quebrastes o jugo que pesava sobre o povo. (...) Porque um menino nasceu para nós. (...) Será chamado Príncipe da paz. " (Is 9, 2-7).

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

PERSICARIA AFFINIS



A persicária pode ser usada como planta de cobertura. Multiplica-se rapidamente por divisão das touceiras a realizar na primavera ou no outono, podendo cobrir uma grande área, durante anos. As folhas estreitas, elípticas, formam um manto vegetal  em verde que, de tão cerrado, o mantém limpo de ervas indesejáveis, poupando-nos muita energia na manutenção do espaço. E, para mais, teremos flores em várias cores e tonalidades, sobressaindo por hastes longas, uns dez centímetros acima do nível superior da folhagem. Aqui,  dominam o rosa-avermelhado e o branco. Todas gostam de solos húmidos ou da proximidade da água. Nessas condições exigem pouca manutenção. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MONARDA DIDYMA (MONARDA, BEE BALM, MONARDE)


As flores organizam-se em torno de um eixo central. O que nos parece uma flor é na realidade uma inflorescência ou, como mais vulgarmente diremos, uma "cabeça" de flores. O cálice de cada flor é longo e estreito. Interiormente, podem ver-se  um lábio superior e um lábio inferior recurvado e por baixo do lábio superior, duas anteras e um estigma. 


Forma e cor são por demais chamativas, irresistíveis às abelhas, como é comum nas labiadas. 


Como se não fosse bastante, a monarda seduz-nos ainda pelo aroma da abundante folhagem que exala um odor a tomilho. Pena é que muito dificilmente se adapte à secura dos nossos verões. Além do mais, a monarda requer um solo húmido durante o verão, condição  inteiramente preenchida no jardim onde as fotografei mas irrepetível aqui no jardim à porta.   

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

CUPHEA IGNEA (FLOR-de-SANTO-ANTÓNIO, FIRECRACKER PLANT, CIGARETTE PLANT, PLANTE CIGARETTE)


Estas pequenas flores tubulares de cálice vermelho, encimadas por uma bordadura branca e duas finas pétalas em roxo escuro, sugerem um cigarro aceso que, no entanto, atraem borboletas sem risco de lhes queimar as asas... 


A planta é anual e uma vez instalada multiplica-se por si de tal modo que pode alastrar rapidamente se não houver cuidado de a limitar. Ali, onde as fotografei, defendidas por altos muros, bem expostas ao sol discreto, sujeitas frequentemente às chuvas, o solo em declive está bem drenado e é muito rico e bem cuidado. Daí o seu excelente aspecto. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

LYSIMACHIA VULGARIS (LISIMÁQUIA, YELLOW LOOSESTRIFE, LYSIMAQUE)


Planta robusta, adaptável aos mais variados solos, à luz e à sombra, recomendável para quem se inicia na jardinagem. Tanta pujança requer controlo pois pode tornar-se invasiva.


Flores muito elegantes de cinco pétalas, bem distintas nas pontas e unidas na base formando uma taça. E que generosidade de floração! 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

ANAPHALIS TRIPLINERVIS (TRIPLE-NERVED PEARLY EVERLASTING, IMMORTELLE de VIRGINIE)


Por esta altura, as flores já totalmente abertas, terão um aspecto semelhante ao da foto. 


Mas quando as fotografei, em fins de Julho, a nota dominante ia para a folhagem cerrada onde predominavam as folhas novas em verde-acinzentado, brilhantes como prata e surgiam os primeiros botões em branco-creme. 


Apenas pelo desenho do canteiro e sua colocação próxima de plantas de folhagem contrastante na cor e sem esquecer o espaço generoso de folga para o inevitável crescimento lateral, se vê como estão bem entregues ao cuidado de um jardineiro criterioso.

Nota: a primeira foto foi extraída de Wikimedia Commons.Ficheiro Anaphalis Triplinervis 1 GPG). Autor: Guislain118http://www.fleurs-des-montaignes.net,a quem agradecemos.  As duas seguintes são da nossa autoria.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

DHALIA, um arranjo natural em três cores.



Por aqui, apesar das copiosas regas de verão, este ano as dálias  reservaram a floração plena para ambientes mais amenos.


E, em pleno outono, estamos tendo mais e melhores flores de dálias.


Nas fotos podemos ver as dálias em normal floração de verão em clima atlântico. Longe das secas das regiões mediterrânicas e mediterrânicas/atlânticas, os cuidados estão ali mais focados na prevenção dos ventos. Daí as paliçadas e muros mas o resultado compensa: plantas saudáveis, vigorosas, únicas. Em destaque as dálias em vermelho purpurado, amarelo e branco. Note-se o toque dourado das pétalas do disco e a forma côncava das pétalas avermelhadas da periferia nas quais as pétalas brancas de dispõem como num berço, em perfeita geometria (mais nitidamente na primeira foto). E, finalmente o verde da folhagem a ligar tudo. 

sábado, 29 de outubro de 2016

OUTONO: notas musicais, pinceladas, poesia.


Dans le brouillard s,en vont un paysan cagneux
Et son boeuf lentement dans le brouillard d,automne
Qui cache les hameaux pauvres et vergogneux


Et, s,en allant là bas le paysan chantonne 
Une chanson d, amour et d,infidélité
Qui parle d,une bague et d,un coeur que l,on brise


Oh! l,automne, l,automne a fait mourrir l,été
Dans le brouillard s,en vont deux silhouettes grises.

Guillaume Apollinaire
Alcools, 1912

Fotos-gentileza MM, outono de 2016.

domingo, 23 de outubro de 2016

MONARDA DIDYMA (MONARDA, BEE BALM)


Entre nós, a adaptação da monarda não é fácil sobretudo porque, mesmo durante o verão requer um solo permanentemente húmido, mas bem drenado. É pena, porque se trata de uma planta assaz vistosa quando no pleno da floração e, além disso, as folhas, quando esfregadas, exalam um aroma muito agradável semelhante ao do tomilho. 


Ali, onde a fotografei, o clima é húmido o que a torna vulnerável ao míldio. A monarda é usada pelos jardineiros para compor os mais vistosos maciços. Cada flor é composta por dois lábios em vermelho, sendo  tubular e voltado para cima o superior o inferior, mais estreito e levemente curvado para baixo. Por sua vez o cálice é tubular.  

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

OUTONO


Diz-se na cidade que está mau tempo. Mas é outono. Não, não é ainda o outono da metamorfose das cores. Mas, nos campos é já o das preciosas chuvas, ausentes desde há tantos meses estranhamente abrasadores. Que tragam o estimável aprovisionamento das nascentes, valas e ribeiros, dos rios e lagoas! Saudemos o outono. 

Foto gentileza MM.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

STREPTOCARPUS SAXORUM (PRÍMULA-do-CABO, FALSE AFRICAN VIOLET, PRIMEVÈRE du CAP)


Foram para mim uma novidade absoluta do verão passado, estas singulares plantas herbáceas, perenes, originárias da África (Tanzânia e Quénia) e de Madagáscar. Surpreendentes não apenas pela forma e disposição das folhas organizadas em aparentes rosetas de três folhas por nó e pela beleza das flores mas o que mais me prendeu a atenção foram aqueles longos e finos pedúnculos erguendo e sustentando o tubo  branco, estreito e longo, da corola da flor que abre em cinco lóbulos.  


As flores produzem néctar em abundância, exalam um delicado perfume e tornam-se vistosas pelo tamanho e cor das pétalas, atraindo pássaros, moscas, borboletas e abelhas. O branco cremoso do pólen das duas anteras levemente unidas contrasta com o violeta-pálido das pétalas e parece dar continuidade à tonalidade do tubo que as envolve. Notem-se as sépalas na zona de inserção do tubo com o pedúnculo. 


Nas lâminas das folhas, vistas à lupa, podem ver-se protuberâncias e tal como os pecíolos mostram-se revestidas de pelos muito finos. O jardineiro chefe que me acompanhou diz-me que são de fácil cultivo. Gostaria de experimentar mas ainda não as vi disponíveis no mercado português. Em todo o caso, se vier a alcançá-las, e para começar, reservarei para elas um espaço no interior da casa.

sábado, 8 de outubro de 2016

O BRUTO e a FLOR. RECIPROCIDADES.


As flores interessam-nos. Por razões diferentes, é certo!  


Mas quando a planta se veste, se compõe, se perfuma, acena, oferecendo as suas iguarias requintadas, a quem o faz? 


O amor é cego! Aqui se dão a agressivas criaturas, dessas que atacam insidiosamente o mais distraído e inocente alvo. Claro que, só em fábula poderia invejar, quiçá "ter ciúmes", de insectos alados, para mais com evidente mania de perseguição


Mas a flor os amansa. E amansados se dão reciprocamente, facilitando-lhes a fecundação, para assegurar que no futuro continuem a haver plantas e, sempre mais e mais flores. 

domingo, 2 de outubro de 2016

GERANIUM ENDRESSII (GERÂNIO, FRENCH CRANÉ,S-BILL, GÉRANIUM d, ENDRESS)


São plantas vivazes, de 40 a 60 cm de altura, usadas como tapa-solos, muito rústicas e fáceis de cultivar, tolerantes à seca, folhagem persistente a meio-persistente, folhas de cinco lóbulos de belo efeito. Estão em flor entre Maio e Setembro.


Plantemos os gerâneos na primavera em solo bem provido de húmus e bem drenado. Em Maio haverá flores em cor de rosa-lilás ou em cor de rosa simples, com venação avermelhada. O auge da flor será, porém, no início do verão. Aí por outubro, fim da floração, cortam-se os raminhos rente ao solo. Com o frio as raízes entrarão em dormência. Na primavera seguinte rebentarão e rapidamente crescem.


De três em três anos desenterram-se para dividir o tufo em novas secções de raízes que irão ser replantadas para formar novas plantas.

Fotos do verão passado.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

ERIGERON ( MARGARIDA, SEASIDE DAISY)


Poderiam ser plantas espontâneas de campos com vistas para o mar. Mas às margaridas das fotos coube em sorte um esplêndido jardineiro porque o que lhes falta em sol, sobra-lhes em cuidados. Experimentado, culto mas prudente, escusou-se a designar a variedade de erigeron em causa, balançando entre o E. glaucus e o E. speciosus. Quem sou eu para o confirmar ou desmentir?


As asteráceas compõem um imenso mundo de variedades. Algumas apenas são distinguíveis por peritos nas observações microscópicas. Por agora, deixemo-nos tocar apenas pela beleza das flores: as marginais entre o lavanda claro e o violeta e as do disco em amarelo. Anote-se que o diâmetro do disco tem grandeza notavelmente superior ao comprimento das flores liguladas das margens. Realce para o lançamento das folhas espatuladas, aqui num verde desmaiado. Veja-se ainda a beleza frágil dos botões procurando soltarem-se ao precioso sol de verão. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

ESPAÇOS ABERTOS


Largas extensões rurais  de terra e água protegidas, reserva natural, refúgio de vida. Beleza, repouso, pureza.


Convite à comunhão? Ou, à solidão, fuga, vertigem, ilusão? Ou, mais prosaicamente, para apenas esquecer o modo de vida que, animados por uma vontade de cura, deixámos no limite da cidade


Espaço grandioso de contemplação mas igualmente de privacidade, liberdade e de gloriosa solidão, que nos restitui mais inteiros para o desempenho dos nossos papéis sociais e individuais.


Onde está a inalcançável  medida comum à natureza e ao homem, prodigiosa unidade de tudo?  

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

ACHILLEA MILLEFOLIUM STRAWBERRY SEDUCTION (MILEFÓLIO, YARROW)

 

Ervas espontâneas dos solos ruderais e campos de cultivo abandonados, os milefólios de flores brancas podem passar despercebidos. Já aqueles que hoje trazemos, são híbridos  vistosos de sucesso garantido  e, para mais, de fácil cultivo, adaptáveis a diversos tipos de solo e muito resistentes.


Nas fotos, a vizinhança com a borragem, herbácea de flor azul, mais do que o conseguido belo efeito estético da associação, pode  igualmente significar uma justa preocupação do jardineiro com as abelhas.


O perfume natural da folhagem extremamente recortada e as notáveis inflorescências são uma atracção para os bons insectos. Simultâneamente têm fama de conseguir afastar outros indesejáveis. Afinal, uma escolha inteligente.  

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

MALVACEAE (TREE MALLOW ROSEA)

 

Ao ouvir falar de malváceas ornamentais, logo associo a imagem das malvas rosa com o seu porte altaneiro sustentado por um caule vigoroso, porém, solitário. Já as malváceas arbustivas não parecem ser muito comuns entre nós. Pois foi com surpresa que me foi dado observar este verão uma grande mancha desta espécie arbustiva em plena floração a cor de rosa. E que belo efeito!



Surpreendentemente a folhagem não se mostra tão profundamente recortada como é de regra no comum das diferentes malváceas decorativas, os caules são muito menos vigorosos e não tão altos (os da foto terão cerca de 1,50 m de altura), assim resistindo melhor à acção dos ventos e chuvas que por ali são habituais qualquer que seja a época do ano.


Note-se o subtil efeito contrastante das nervuras das pétalas que se apresentam com uma textura sedosa que convida a tocar-lhes. Parece-me tratar-se de um híbrido, possivelmente de lavatera x clementii "rosea". Para mim, um dos achados deste verão. Creio, no entanto, que será intransponível, com o mesmo sucesso, para climas  como o nosso, cada vez mais quentes e secos. Ficam as imagens e o desejo de as rever.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

ARCTIUM (BARDANA, BURDOCH)


De entre um manto de ervas batidas pelo vento húmido sobressai uma herbácea de tamanho maior, de cerca de um metro e meio de altura. As suas flores dispostas em capítulos, são discretas na cor, entre o rosa e o púrpura mas impõem-se pelas cabeças arredondadas envoltas por brácteas aguçadas que não se deixam tocar. Os estames são púrpura-escuro e os estiletes esbranquiçados. A flor tem alguma semelhança com  a do cirsium vulgare mas neste os caules e folhas têm espinhos e as folhas são profundamente lobadas.


São plantas bianuais. No primeiro ano, as folhas formam rosetas basais, enormes, em verde-escuro. No segundo, destaca-se um caule rijo e suas ramificações de folhas progressivamente mais pequenas e menos densas, de forma mais oval, dispostas de modo alternado. Na página inferior, de verde-pálido a cinzento, surgem pelos. 


Os invólucros da flor facilitam a ancoragem das sementes seja ao que for que os toquem possibilitando a deslocação a grandes distâncias. 



No todo, é uma planta de cor baça, verde-pálida, nada vistosa. Mas a adaptação a um meio tão bravio e elástico como o da costa atlântica é, só por si, um milagre. Como não a admirar!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

EUPHRASIA TETRAQUETRA (EUFRÁSIA, RABO-de-LOBO, MARITIME EYEBRIGHT, EUPHRASE à QUATRE ANGLES, OJO BRILLANTE)


Por toda a linha de costa de altas falésias, raramente se avista uma árvore. Mesmo os arbustos, não abundam.  Mas há bons pastos permanentes separados por vedações de arame e postes de madeira, as mais recentes, e por muros de pedra, as mais antigas.


Instalada no topo de um muro de pedra voltado para o mar, uma pequena herbácea florida chama a atenção.  Flores de cor branca, com um tudo-nada de cinza. Quatro pétalas fundidas em dois lábios sendo o superior de 2 lóbulos recurvados para cima, claramente dentados e o inferior de 3 lóbulos fundos com recortes idênticos e uma mancha em amarelo. Pelo tubo da corola saem 4 estames. O cálice é composto igualmente por 4 sépalas fundidas. 


A eufrásia aproveita as reservas das raízes das ervas vizinhas para se alimentar: é uma planta semi-parasita. Porém, fora deste tipo de ambiente - costa alta, ventosa e húmida, prados ou matos e montanha - é difícil encontrar esta robusta escrofulariácea que oferece flores tão sofisticadas e atraentes.